Desde a criação do computador, a carreira de tecnólogo sempre foi muito focada apenas no desenvolvimento dos conhecimentos técnicos. A evolução das tecnologias e metodologias tem sido exponenciais ao longo dos anos, o que obrigou os profissionais a um desenvolvimento constante dos seus conhecimentos técnicos para se manterem atualizados e “úteis” no mercado. As linguagens de programação evoluíram das de baixo nível como Assembler ou C para plataformas mais simplificadas como Python e R. O hardware evoluiu de grandes computadores com capacidades limitadas de processamento e armazenagem, para cloud e computação quântica.
Ao longo de toda essa evolução fomos treinados para “entender” a máquina. Só que, com a revolução digital, baseada nas pessoas e suportada pela tecnologia, torna-se necessário o desenvolvimento de novas capacidades. A “individualidade” passou a ser o segredo do sucesso ao invés da industrialização. E para que essa individualidade seja implementada, precisamos reaprender a nos relacionarmos e comunicarmos de um modo mais efetivo.
Para complicar ainda mais esse processo de comunicação, deixamos de conversar e passamos a comunicar por aplicativos, recorrendo aos famosos “emojis” ou “smiles” para tornar a comunicação escrita mais humanizada e expressiva.
Só que essa alternativa não é mais eficaz e suficiente nesta nova era. Precisamos desenvolver as nossas capacidades de comunicação para que o resultado possa ser mais assertivo na nova era.
E como desenvolver essas capacidades de comunicação e ser um profissional diferenciado?
Para isso eu destaco quatro dicas que serão um diferencial neste novo cenário.
Comunicação não verbal
Fique atento às expressões da outra pessoa. Só pela reação corporal como por exemplo um simples franzir da testa já podemos entender como a nossa mensagem está sendo interpretada. Do mesmo jeito, o modo como nós “entregamos” a mensagem deve ser feito de um modo tranquilo controlando a comunicação não verbal para que não provoque más interpretações por parte do outro interlocutor.
Tipo de perguntas
Conduza a sua reunião ou encontro por intermédio de perguntas ao invés de apresentações. As perguntas podem ser abertas provocando respostas mais abrangentes ou fechadas provocando respostas mais concretas. Dependo do objetivo, deveremos utilizar uma mistura destes dois tipos de perguntas. Desse modo conseguiremos receber todas as informações necessárias e de um modo facilmente entendível. Além disso, a utilização destas perguntas demonstra um interesse genuíno na questão da outra pessoa.
Escuta ativa
Dado o nosso receio e falta de prática em comunicarmos com outras pessoas diretamente leva-nos instintivamente a acelerarmos o processo quando obrigatoriamente necessitamos. Para tal muitas vezes utilizamos apresentações para conduzir uma reunião ou simplesmente tentamos apresentar uma solução logo nos primeiros minutos da reunião. Aprenda a escutar. Aprenda que não precisa ter uma solução. É normal escutar e simplesmente responder que entendeu a questão, mas que precisa pensar um pouco para achar uma solução. Nessa escuta, seja autentico e seja empático, se colocando na situação em que a outra pessoa está.
Clareza e objetividade
Não seja subjetivo. Tenha um discurso claro e direto. Mantenha um tom firme e moderado. Aproveite as perguntas fechadas para garantir que o seu discurso está sendo entendido. Independentemente de você acreditar que está sendo claro, não deixe de perguntar o que a outra pessoa entendeu e como se sente em relação ao que acabou de dizer.
Tenho a certeza que com estas dicas você conseguirá complementar o seu perfil mais tecnológico e se tornar um profissional diferenciado e muito mais adaptado às novas necessidades da era digital.